A zona industrial de Kaesong já foi 'símbolo' da cooperação entre Coreias.Autorização de acesso, que ocorre todos os dias, não foi dada nesta quarta.
A Coreia do Norte impediu na manhã desta quarta-feira (3), horário local, que trabalhadores sul-coreanos entrassem no complexo industrial de Kaesong, que fica no território norte-coreano, em meio à crescente tensão entre os países, anunciou o governo em Seul.
"A Coreia do Norte não deu sua permissão, como faz diariamente, para que 484 trabalhadores sul-coreanos entrassem em Kaesong hoje", disse à agência France Presse o porta-voz do ministério sul-coreano da Unificação, Kim Hyung-suk.
Soldados sul-coreanos caminham em estrada vazia onde normalmente trafegam vários caminhões diariamente. Fronteira foi fechada e acesso de trabalhadores, impedido. (Foto: Jung Yeon-Je / AFP) |
Soldados sul-coreanos caminham em estrada vazia onde normalmente trafegam vários caminhões diariamente. Fronteira foi fechada e acesso de trabalhadores, impedido. (Foto: Jung Yeon-Je / AFP) |
Pyongyang não precisou a duração da medida, disse Kim, que qualificou a decisão de "muito lamentável".
Kim destacou que a prioridade do governo em Seul é a segurança dos 861 sul-coreanos que estão em Kaesong. "Esperamos que nossa gente que está no Norte volte sã e salva".
A zona industrial de Kaesong, situada 10 km no interior do território da Coreia do Norte, foi inaugurada em 2004 como símbolo da vontade de cooperação entre as duas Coreias.
Fronteira
A passagem na fronteira entre as duas Coreias em direção a Kaesong é aberta normalmente às 08H30 (20H30 Brasília), mas nesta quarta-feira os responsáveis norte-coreanos não autorizaram o ingresso dos trabalhadores sul-coreanos, destacou o porta-voz.
O parque industrial intercoreano, que conta com investimentos sul-coreanos, até o momento se mantinha em atividade, apesar da crise na península coreana.
A passagem de fronteira para Kaesong funcionou normalmente nas últimas semanas, mesmo diante da crescente tensão entre Norte e Sul.
Em Kaesong trabalham mais de 50 mil norte-coreanos, a maioria para pequenas empresas sul-coreanas que atuam na área manufatureira produzindo roupas, calçados, relógios e utensílios de cozinha, entre outros.
Preciosa fonte de divisas estrangeiras, o complexo industrial sempre permaneceu aberto, apesar das repetidas crises na península, e sua estabilidade é considerada um barômetro das relações entre as duas Coreias.
G1 | MUNDO
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