Teria acontecido durante o jogo de quarta-feira entre Santos e Flamengo-PI, na Vila Belmiro: revoltado com a forte marcação que recebia, Neymar passou a xingar os jogadores piauienses de “paraíba” e de “morta-fome”.
Fez lembrar Edmundo, em 1997, quando o
Vasco enfrentava o América-RN, em Natal. Após tomar o segundo cartão
amarelo e ser expulso pelo juiz Dacildo Mourão, que era cearense, o
craque Edmundo deu essa infeliz declaração:
“A gente vem na Paraíba e põem um
‘paraíba’ pra apitar? Só pode prejudicar a gente”. Para completar a
noite infeliz, Edmundo ainda afirmou que os cariocas não entendem de
geografia e são preconceituosos: “Lá no Rio, tudo mundo que é do Norte
nós chamamos de ‘paraíba’, não foi para agredir ninguém…”
A propósito de preconceito no mundo do
futebol, publiquei ontem aqui o desabafo de um leitor paraguaio que
ficou furioso com a expressão “cavalo paraguaio”. No fundo ele tem razão
de sentir-se ofendido. Assim como os nordestinos (especialmente os
paraibanos) não podem achar a menor graça em Neymar e Edmundo.
Neymar não foi irônico com beque inglês
Joey Barton (nem sequer respondeu) que o comparou a Justin Bieber e
disse que ele só brilhava na “Liga da Selva”, ou seja, no Brasil. Por
que essa valentia e esse preconceito agora só com os “paraiba”?
O técnico do Flamengo-PI, Josué Teixeira, foi mais além e lembrou uma famosa profecia sobre Neymar:
“Renê Simões já disse que estamos criando um monstro. Eu acho que o monstro está criando forma”, disse.
E complementou: “Estou preocupado com a
seleção brasileira, porque a Seleção não vai jogar na Vila Belmiro e
Neymar disse que é na Vila que o bicho pega. Acho que Neymar vai se
perder. Os grandes jogadores mantiveram a postura profissional durante
toda a carreira. O Neymar não faz isso. Ele não tem respeito pelo
adversário. Não tem nada que chamar os adversários de ‘paraíba’”.
Já o zagueiro Niel, do Fla-PI, resolveu
aproveitar para dar um alerta: “Enquanto o jogo estava 0 a 0, Neymar não
deu um passe de letra e nem fez gracinha. Mas o nosso time foi honesto.
O problema é que um dia alguém pode fazer uma besteira. Hoje ele está
bem, mas amanhã pode estar chorando”.
Veja o vídeo em que o zagueiro denunica Neymar
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